Tal como a grande maioria dos seus familiares, os frutos gordos e amiláceos (noz, avelã, amêndoa, amendoim, etc), a castanha é um alimento tipicamente outonal.
O que o torna diferente é, sem dúvida a sua composição nutricional. É menos calórica que os restantes frutos gordos e amiláceos, já que o seu teor em gordura é significativamente inferior, no entanto, apresenta um teor superior em hidratos de carbono.
O seu nome científico é Castanea Sativa. Embora a variedade mais consumida seja a variedade comum ou europeia, existem três outros tipos específicos de castanhas: castanha da China, a castanha japonesa e castanha americana.
O valor nutricional é muito semelhante em todas as variedades do fruto, diferenciando-se sobretudo, no teor de hidratos de carbono, mais intenso na castanha da China.
As castanhas são um fruto particularmente rico em hidratos de carbono complexos. A quantidade de gordura que apresentam, é em tudo muito semelhante à dos cereais, e consequentemente, muito inferior à dos restantes frutos gordos. Por outro lado, o seu conteúdo em água é de cerca de 50 %.
Todas estas propriedades fazem da castanha um fruto de teor calórico muito inferior aos restantes frutos de outono. Pela sua riqueza em hidratos de carbono, a castanha constitui uma excelente fonte de energia.
Tabela de composição nutricional
Fonte:Porto A, Oliveira L. Tabela da Composição de Alimentos. Lisboa: Instituto Nac. de Saúde Dr. Ricardo Jorge. 2006, pág. 100-101.
Curiosidades
Não se conhece a relação entre São Martinho e as castanhas; provavelmente, será apenas uma coincidência de datas. Dia 11 de novembro é a data da morte de S. Martinho e é sensivelmente por esta altura que nos meios rurais se prova o vinho novo, se enchem as pipas e há uma certa alegria no ar propícia a festas. Quanto às castanhas, desde sempre tiveram lugar nas mesas portuguesas.
Na Idade Média, nas regiões mais desfavorecidas, os castanheiros eram até conhecidos por "árvores-do-pão", devido ao papel importante que desempenhavam na alimentação. Em vez de pão comiam castanhas, desempenhndo um papel muito semelhante ao hoje ocupado pelas batatas (ou seja, serviam de acompanhamento à maioria dos pratos).
Cozidas, assadas, ou piladas*, temperadas com erva-doce, recheio de patos e perus e até ingrediente de sobremesas e doces (como bolos, cremes, pudins e gelados), as castanhas aí estão para tornar mais saborosos os dias cinzentos de outono.
Os castanheiros duram centenas de anos. Diz o ditado: “Trezentos anos a crescer, trezentos a manter-se e trezentos a morrer.”
Adivinhas
Tenho camisa e casaco
Sem remendo nem buraco
Estoiro como um foguete
Se alguém no lume me mete
Qual é a coisa qual é ela
Tem três capas de Inverno
A segunda é lustrosa
A terceira é amargosa
Tem casca bem guardada
Ninguém lhe pode mexer
Sozinha ou acompanhada
Em Novembro nos vem ver
Soluções: A Castanha, fruto do Castanheiro
Provérbios
Quem não sabe manhas, não come castanhas.
Quando o sol aperta, o ouriço arreganha.
O Céu é de quem o ganha e a castanha de quem a apanha.
Mais vale castanheiro, que saco de dinheiro.
De castanha em castanha (roubando) se faz a má manha.
De bom castanheiro, bom madeiro. Cruas, assadas, cozidas ou engroladas, com todas as manhas, bem boas são as castanhas.
Castanha quente só com aguardente, comida com água fria causa «azedia».